terça-feira, 14 de setembro de 2010

Por que a música nos move

Novas pesquisas explicam o poder da música sobre emoções humanas e seus benefícios para o nosso bem estar físico e mental

Li agora há pouco um artigo da Scientific American Mind sobre a influência da música e decidi comentá-lo aqui, reativando com isto meu blog há muito abandonado, e espero mantê-lo ativo de agora em diante!

Enfim, vamos ao assunto...

O texto, de autoria de Karen Schrock, faz uma síntese sobre as mais recentes teorias sobre como e por que a música influencia tanto as nossas vidas, algo que tenta ser explicado há séculos por filósofos e cientistas. Como Schrock diz, "ela nos consola quando estamos tristes, nos anima em tempos felizes e nos conecta aos outros, mesmo que escutar o iPod ou cantar "Parabéns a você" não pareça ser necessário para a sobrevivência ou reprodução."

Há uma teoria de que a influência musical sobre nós tenha sido uma consequência aleatória de nosso sistema nervoso central, surgindo  da sua habilidade de sequestrar sistemas cerebrais construídos para outros propósitos como linguagem, emoção e movimento. E devido a isto, a música é capaz de oferecer um sistema de comunicação inovador baseado mais em emoções do que em significados. Dados recentes mostraram que a música leva inevitavelmente a certos sentimentos: o que sentimos ao ouvir uma música é extraordinariamente similar ao que todas as outras pessoas no local estão sentindo.

Desde os anos 50, muitos psicólogos vêm tentando explicar o poder da música ao comparar a apreciação por música com a fala. Afinal, num nível mais primitivo, o entendimento de ambas necessita de uma habilidade de detectar sons. Hoje já se sabe que o córtex cerebral auditivo processa elementos musicais básicos, como tom (frequência) e volume, enquanto as áreas vizinhas do córtex auditivo são responsáveis por processar padrões mais complexos como ritmo e harmonia.

Assim como a linguagem, a música é composta de uma gramática que organiza componentes menores, como acordes musicais. Já se sabe também que a música é capaz de excitar regiões cerebrais responsáveis pelo entendimento e produção de linguagem, como as áreas de Broca e Wernicke, localizadas no hemisfério esquerdo. Portanto, a sintaxe musical, como a organização dos acordes numa frase, podem ter surgido a partir de mecanismos evoluídos para organizar e entender a gramática.

Contudo a música também necessita de outros sistemas cerebrais, principalmente aqueles que governam emoções como medo, prazer e pesar. Pessoas com danos à amídala, por exemplo, que controla as sensações de medo, levam a um desequilíbrio da habilidade de sentir medo e, em alguns estudos, tristeza em resposta a uma canção. Assim, muitos pesquisadores conjeturam que a música evoluiu "na garupa" de outras regiões do cérebro dedicadas a linguagem, sentimentos e outras funções. "Penso haver uma boa chance de que a música é simplesmente um efeito colateral de coisas que evoluíram por outras razões", diz o cientista auditivo Josh McDermott, atualmente na Universidade de Nova Iorque.

Fonte:  http://www.scientificamerican.com/article.cfm?id=why-music-moves-us  e o artigo do referido volume da revista

Um comentário:

  1. Mazah, blog ressurgindo das sombras. Espero que agora siga mesmo com ele de novo... Gostei do texto com um assunto mais light hehehe
    Beijos

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